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REM ESTA CERTO

  • Foto do escritor: MANUEL EDUARDO RAYA
    MANUEL EDUARDO RAYA
  • 4 de mai. de 2024
  • 3 min de leitura

Algum tempo venho querendo fazer alguns comentários e expor idéias sobre o conceito de CIDADE GENERICA, que foi exposto no livro do arquiteto, mundialmente reconhecido, Rem Koolhaas, (S,M,L,XL).


Não tenho a pretensão de contrapor, nem mesmo comentar a estrutura e os conceitos ali expostos. Entendo que seria uma temeridade me manifestar nesse sentido dada a estatura de tal personagem, no cenário da arquitetura contemporânea. Penso apena fazer um exercício de reflexão e registrar alguns entendimentos a partir dessas idéias.


Rem relata que as cidades contemporâneas estão em colisão com a idéia da cidade histórica, e que os espaços hoje produzidos carregam um conteúdo muito efêmero, pragmático e genérico o que por si só torna a arquitetura de nosso tempo e um evento transitório. Seguindo, ele, afirma que a arquitetura perdeu sua especificidade e as cidades se repetem em São Paulo, em Bogotá em Xangai. A arquitetura não tem mais sentido de lugar. A tipologia mais representativa deste momento histórico e o aranha céu da Ásia a America do norte.



Nosso entendimento e que esse fenômeno acompanha as transformações ocorridas na sociedade ocidental no inicio do século XX.


A revolução industrial em finais do século IXX seria o motor dessas transformações. As cidades a partir desses eventos passam a ser o local preferencial para a vida das pessoas. Ate finais de 1890 a população mundial estava concentrada na zona rural.


Cem anos depois as cidades passaram a deter essa condição. Hoje, cerca de 75% da população mundial vive em cidades. Duas guerras mundiais, cerca de 20 anos de conflitos e transformações catalisam e dinamitam as estruturas do passado. A humanidade entra nesse momento histórico de uma maneira, e sai completamente transformada.


A arquitetura e o espaço urbano, nesse momento sofrem um sem numero de experiências e inovações, é preciso criar novas tipologias e novos protótipos, as massas populacionais acodem. A cidade entra em conflito, a densidade populacional, a mobilidade e a aceleração dos processos humanos nos desconectam da cidade histórica.


Essa dinâmica nos faz refletir sobre uma questão essencial, “somos resultado do espaço que habitamos?” ou “o espaço e resultado de quem somos?”

Creio que as duas coisas.


Isso me induz a pensar que do ponto de vista histórico e cultural, fomos mergulhando num mundo de globalização... e que quanto mais as distancias diminuem e quanto mais nos aproximamos mais genéricos nos tornamos. Vamos deixando para trás nossas vestimentas do passado e vamos universalizando o jeans. (na America do Norte ou na Ásia).


E bom usar jeans? Sim, mas não precisamos usar para sempre. Creio que devemos nos debruçar sobre o nosso presente, analisar o nosso passado aprender com os erros e dar continuidade aos acertos.


Acredito que a cidade genérica, não e ruim por ser genérica. Me parece que e ruim porque torna as pessoas mais anônimas, porque nos comprime em engarrafamentos enormes, porque, precisa incorporar mais elementos naturais e porque  precisamos repensar a relação entre espaços públicos e espaços privados, porque explicita mais intensamente as diferenças sociais.


Qual seria o caminho a seguir, por onde conduzir nossas aspirações e nossos pensamentos?

 

Abaixo temos o exemplo de duas maneiras de se fazer a mesma coisa.


Na figura 1 temos um condomínio residencial projetado nos fim dos anos 40 no pos guerra. Nesse momento, de alguma forma a idéia de organização espacial da cidade tradicional, ainda ocupa espaço no conceito da implantação de estruturas dessa natureza.


Na figura 02 temos um condomínio residencial dos dias de hoje. Podemos ver como a idéia de uma política urbana pragmática, voltada a apenas dar resposta as demandas urgentes de habitação que assolam as populações mais carentes no mundo contemporâneo. O pragmatismo desse caso desmonta qualquer intenção de oferecer a proposta qualquer elemento humanizado.

 


Isso quer dizer que deveríamos voltar ao passado pra resolver problemas de arquitetura?


Não.


Significa que podemos aprender com o passado. Significa que temos que ter conciencia como arquitetos de que devemos oferecer a nosso mundo quando exercemos nossa atividade, no mínimo, propostas e soluções concientes, temos que identificar aquilo que nos aproxima de uma arquitetura mais humana que ao expressar sua condição ofereça condições para o exercício da nossa natureza.

 


 
 
 

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